quarta-feira, 31 de outubro de 2012

eu, katarina e filipe numa noite estrelada


meu querido h.adams, por onde anda você? depois da briga que tivemos na semana passada você simplesmente sumiu de vista. não me ama mais? espero que me perdoe. quanto a você, está perdoado. não quero ficar aqui discutindo por bobagens. de séria já basta a doença da sua mãe que está me preocupando deveras. espero que tenha melhorado. me mande notícias. por aqui tudo bem. preciso te contar uma história. ando tão distraída depois do que aconteceu...vamos lá:  você lembra da katarina? sobrinha da dona alice, vizinha aqui do lado? ah meu amor, essa menina ainda vai me enlouquecer. estava eu outro dia na estrada que leva para a floresta aqui atrás de casa quando de longe vi um casal vindo em minha direção. vinham rindo, de mãos dadas, meio que brincando um com o outro. jovens e obviamente apaixonados. andavam em zigue-zague, se beijando e se abraçando. fui andando na intenção de passar reto por eles, para não atrapalhar. fingi que não os vi mas a danadinha da katarina me reconheceu. pulou na minha frente.
– oi madame.
– oi, disse eu me recuperando do susto. sorri para ela e fiz um gesto com a cabeça para o rapaz que a acompanhava. ela me respondeu passando a mão no meu ombro . sorrindo de volta. ele retribuiu com o mesmo gesto com a cabeça e abriu um sorriso contagiante. olhou para frente serrando os olhos para impedir que a luz do sol o cegasse. era fim de tarde, aquela luminosidade meio sépia tomava conta dos campos. passou a língua nos lábios e eu fiquei congelada diante da beleza daqueles dois. katarina percebeu que eu havia ficado meio abalada. 
-o que foi? provocou fingindo curiosidade.
–nada, respondi nervosa. eu, nervosa, a essa altura do campeonato!
–hum, tava pensando aqui, dizia ela mexendo no cabelo, a senhora não quer ir beber alguma coisa com a gente hoje à noite não? ah, este é o filipe, apresentou apontando para o namorado.
–com vocês? claro. onde? oi filipe.
–hummm, vamos fazer um pic nic para ver as estrelas lá na clareira, cada um leva um vinho.
achei aquilo tudo muito engraçado. pic nic na clareira da floresta, à noite, com esses dois, não sei não, pensei. mas uma vontade maior do que eu respondeu por mim:
–tá bom, levo o vinho.
–ah, leva bastante, advertiu katarina, e me deu uma piscadela marota.
fui para casa achando tudo muito diferente. senti uma excitação que há muito não sentia. estava ansiosa para que a noite chegasse logo. e chegou. tomei um banho demorado, arrumei o cabelo, peguei minha pequena cesta de pic nic  e fui em direção a clareira. você sabe que aquele caminho eu sei de olhos fechados, né? desde quando? desde sempre. frequento aquele lugar desde menina. é só seguir reto do portão da minha casa, andar uns 500 metros mata a dentro, seguir até o pinheiro gigante, dobrar a direita, andar mais um pouquinho e pronto. quem chega lá da de cara com um enorme vão entre aquelas árvores. o silêncio impera. prevenida, levei lampião para nos iluminar mas a lua estava tão cheia, gorda, brilhante que não foi necessário. os dois levaram um lençol que fez às vezes de toalha no chão. tínhamos vinho, velas, estrelas, uma cesta de queijos e pão. começamos a conversa animadamente. filipe era metido a poeta e nos presenteou com sua declamação. sentou em um tronco que estava ao nosso lado. eu e katarina sentamos na toalha. aos poucos o vinho foi fazendo efeito. estávamos todos já meio embriagados.  katarina e filipe se levantaram e começaram a dançar a música que eles sussurravam e imaginavam. eram movimentos leves, sensuais. olhei os dois dançando debaixo daquela lua e meus pensamentos foram longe. fechei os olhos e me deixei envolver pela música imaginária. percebi que o som silenciou, e na verdade eu só escutava os bichos e mistérios da floresta. abri os olhos e katarina estava sentado ao meu lado.
-quer dançar? perguntou.
-não. estou bem. adorei ver vocês dançando. vão lá, dancem mais para mim. e os dois voltaram a se entrelaçar naqueles passos particularmente languidos, sedutores. o vinho da minha taça acabou, resolvi encostar a cabeça no troco que estava atrás de mim. imediatamente katarina começou a rir e veio sentar comigo. sentou encostada no tronco. acabei deitando a cabeça nas pernas cruzadas dela.  filipe voltou para seu lugar e começou novamente a declamar poesia. katarina mexia nos meus cabelos. fazia um carinho tão especial que a deixei fazer o cafuné. suas mãos desceram para minha testa, passaram pelo meu nariz, meu queixo. abri os olhos. ela me olhava e sorria. eu a via quase de cabeça pra baixo. nessa hora katarina foi-se abaixando e beijou minha boca. foi um beijo suave, quase não encostou os lábios. fiquei sem ação. tentei levantar, mas ela me segurou e novamente me beijou. me entreguei e a beijei de volta. suavemente. aos poucos os beijos foram ficando mais demorados. eu sai do colo dela e sentei. ela me puxou para mais perto e novamente beijou minha boca. me rendi. nossas línguas foram se reconhecendo, se procurando, se encontrando. estávamos abraçadas e nossos beijos mais e mais profundos. as mãos de katarina percorreram meu corpo. senti um arrepio quando ela passou a mão pelos meus seios. eu já estava quase sem fôlego. parei e olhei para ela que havia deixado todo o batom na minha boca. já estávamos despenteadas. meu olhar desviou e caiu sobre filipe, que nos observava. ainda segurava a taça de vinho e parecia bastante divertido. sorriu em minha direção. fiquei sem graça, tímida. katarina segurou meu queixo e chamou minha atenção para ela e novamente me beijou. não ouvi o momento em que filipe levantou e andou até nós. ao abrir novamente os olhos ele estava lá, em pé, na minha frente. esticou a mão e me puxou para ele. fiquei diante dele num instante. ele segurou meu rosto, arrumou o cabelo que insistia em cair na minha cara e me olhou profundamente. me beijou. enfiou a língua dele na minha boca e eu quase desfaleci. estava tremendo 
de desejo. uma paixão me envolveu e eu fiquei louca de tesão. beijei aquele homem como se estivesse faminta. ele me abraçou, passou a mão nas minhas costas, desceupara a minha bunda e eu me derretia nos braços dele. katarina levantou, me abraçou por trás.  eu fiquei entre os dois. ela me beijou o pescoço, puxou meu cabelo, mordeu minha orelha enquanto ele beijava meu colo, descia para meus seios. estávamos pegando fogo ali naquela clareira. uma brisa quente deixava nossos corpos ainda mais ardentes. nos deitamos na toalha improvisada. katarina e filipe beijavam minha boca. os dois me procuravam. se misturavam em toques. até que katarina beijou filipe e tirou a roupa. ficou nua entre nós. meu impulso foi tocar nela inteira, eu queria sentir o corpo daquela garota nas minhas mãos. beijei katarina e meus dedos foram procurando por ela. ela gemia. filipe se afastou um pouco para ver a namorada sentindo o prazer que eu dava a ela. katarina beijava minha boca, e pedia mais. também tirei o vestido e nós duas nuas ficamos ali, nos tocando e trocando carícias.  enfiei meus dedos entre as pernas dela e a masturbei. ela se contorceu de satisfação. eu sentia katarina encharcando minhas mãos. a garota então gozou despudoradamente. ficou por alguns momentos lânguida e sem aviso levantou. sem roupa foi sentar no lugar onde antes  estava filipe. ele se virou para mim e sussurrou ao meu ouvido: agora é a nossa vez. e começou a me masturbar exatamente como me viu fazendo com a namorada. também toquei nele. quase engoli o pau dele naquele momento. sentia cada parte do meu corpo querendo mais e mais. fiquei de quatro e ele me penetrou forte, com tesão. eu tremi de prazer e me derreti. nossos movimentos se encaixavam perfeitamente e ele me fez gozar ali, na frente de katarina, sob o olhar da lua e das estrelas. perdi os sentidos.  deitei de barriga para cima, katarina deitou-se ao meu lado beijando minha boca. filipe deitou do outro lado e ficou olhando o céu estrelado. acabamos adormecendo ali mesmo. ah meu querido adams, isso foi na semana passada desde então não paro de pensar nos dois. eles tinham uma viagem marcada para o dia seguinte e nos despedimos com muitos abraços e a promessa de que logo eles estariam de volta. estou muito ansiosa. você não imagina. ainda sinto o cheiro deles em mim. enfim, vou tratar de terminar meus afazeres. com essa de ficar sonhando com aquela noite atrasei toda a papelada que ainda tenho que organizar. mande noticias, não fique tanto tempo longe. um grande beijo da sua madame red.

 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

quando conheci saul...



h. adams, meu fiel escudeiro, não vou ficar lamentando a saudade de que sinto de nós dois mas está muito difícil suportar essa distância. o tempo parece querer nos separar, mas não vai conseguir. estive viajando conforme combinamos e foi maravilhoso. meu querido, você precisa conhecer aquele paraíso. nem parece que estamos na terra tamanho é o deslumbramento que se sente diante aquela paisagem. e claro, volto de lá apaixonada. pelo local, pelas pessoas e principalmente por um affair que me apareceu de surpresa. querido, o nome dele é saul. magro, músculos definidos e um sorriso encantador. chegamos a passear como namorados na beira daquela praia e durante o tempo que ficamos juntos deixamos a imaginação embalar nossos momentos mais íntimos. ele tem uma beleza sutil. belos olhos azuis. sorriso largo. nos conhecemos nos últimos dias. eu sai para me refrescar logo depois do almoço. achei um lugar aconchegante  e sentei numa mesa afastada. abri o livro que levei para distração, olhei para o lado e lá estava ele, desligado do mundo, remexendo no copo que tinha em sua frente. nos perdemos numa troca de olhares. ele sorriu e me desarmou. levantou de onde estava e com muita simpatia perguntou se poderia sentar comigo. estava sozinho e detestava beber sem ter com quem conversar. deixei ele ficar e nos apresentamos. saul estava saindo de um relacionamento e precisava organizar as ideias, em suas palavras. falou da dificuldade em achar um hotel bom e barato até se instalar de vez numa casa só dele. também contou sobre ele. é simples. modesto e trabalhador. mantêm o sorriso até para falar das mazelas da própria vida. a conversa seguiu entre drinques e risadas. até que o sol estava para se por. nem vi o tempo passar. falei a ele que precisava voltar para o hotel. ele se prontificou a me acompanhar. fomos pela beira  da praia admirando um lindo pôr-do-sol. me senti livre e viva. nossas mãos se tocavam levemente de vez enquando, se roçavam, e eu me arrepiei.  tirei os sapatos para pisar melhor na areia. uma brisa suave refrescava nossos corpos. na rua do hotel ele me disse que ia pegar a outra esquina, que o caminho dele era para o outro lado. nos abraçamos. foi um abraço forte. pude ouvir a respiração dele. meu coração inexplicavelmente acelerou naquele abraço e senti o cheiro que vinha dele: me deixou inebriada. ele perguntou se eu não queria vê-lo à noite. sim, respondi.  - então nos encontramos na porta da igreja. é perto de onde estou e tem por ali um lugarzinho especial que quero te mostrar, falou alegremente. fiquei olhando ele se afastar. fui flutuando para o quarto. não tive cabeça para descanso. fui logo escolhendo uma roupa adequada, tomei um banho, fiz um lanche rápido  e me preparei para a  noite que estava chegando. fui ao encontro dele antes da hora e para minha surpresa ele já me esperava. de banho tomado, cheiroso. dava pra perceber que ele tinha se esmerado em se arrumar. achei encantador ele ter essa preocupação. sentamos no tal bar, um local rústico. mais uma vez frente a frente. mesas ao ar livre, iluminação de velas. pedimos um vinho e mais uma vez trocamos olhares. a conversa seguiu solta, leve. falamos de família, trabalho, sonhos. rimos, fizemos piadas. sem nos dar conta não estávamos mais frente a frente, mas sentados lado a lado. cada vez mais íntimos, mais próximos. era como se nos conhecessemos há anos. entre uma taça e outra acabamos nos encarando e daquele olhar ele foi chegando mais e mais perto de mim, nos beijamos indiferentes às outras mesas. nossos corpos se encostaram. senti a pele arrepiar quando ele passou a mão nos meus braços enquanto beijava minha boca. foi um beijo profundo, cheio de língua, movimentos e desejo. o melhor foi olhar para ele e perceber o quanto ele estava completamente entregue àquele beijo. minha vontade era sumir com ele dali. ficamos mais um pouco nos namorando. fomos à pé em direção ao meu hotel. não foi preciso convite, nem foi complicado. simplesmente subimos para o quarto de mãos dadas. sem muitas perguntas. ele nunca quis saber se eu era ou não comprometida. parecia não se importar. não pediu explicações, nem cobrou nada. e naquele momento não houve sequer uma dúvida, um medo, um porém. eramos um do outro. um desejando o outro. ele me beijou assim que abri a porta. caminhamos nos beijando até a cama . não deu tempo de acender as luzes. o que nos iluminava era a lua enorme que mandava o brilho lá de fora. ele me deitou na cama e continuou me beijando. os corpos colados um no outro. nossos abraços apertados. ele me desejava e eu a ele. tirei o vestido enquanto ele tirava a blusa. nos abraçamos e senti sua pele na minha. eu estava só de calcinha e ele ainda de calça. ele parou de me beijar e passou a admirar meu corpo. percorreu com os olhos e com as mãos cada parte do meu rosto. desceu para o pescoço, deu uma série de beijos e lambidas, o que me deixou ofegante. desceu a mão e os olhos para os meus seios. percorreu eles com os dedos, apertou. beijou os mamilos. demoradamente, aproveitando o momento. de olhos abertos, me encarando. ficou assim por algum tempo, mordeu e chupou e eu derretendo nas mãos dele. finalmente tirou a calça e pude ver a excitação que tomava conta dele. agora foi a minha vez de beijar aquele corpo todo. beijei e lambi e senti o gosto e o cheiro de cada parte daquele homem. eu não pensava em nada, apenas sentia o toque, a pressão, minha pele arrepiando, eu gemia de desejo. ele se entregou totalmente, me sorria, também gemia e sentia prazer. ele me deitou na frente dele, tirou minha calcinha e me lambeu inteira. eu estava quase gozando na boca dele quando me colocou de quatro na beirada da cama e me provocou com aquele pau. esfregou na minha pele, brincou comigo e não me penetrou de vez. eu fiquei completamente entregue e pedi para ele me fazer gozar. enquanto ele entrava em mim, me masturbava com as mãos. me beijava, me mordia. o suor dele pingava em mim. fiquei de frente pra ele e ele beijou minha boca enquanto gozava comigo. foi intenso. minhas pernas tremeram e senti uma paixão, um furor, um tesão incontrolável. ficamos ali desfalecidos. levantei para tomar um banho e ele me puxou de volta. me surpreendeu amarrando meus braços com o cinto na cabeceira da cama. me chamou pelo nome de um jeito que me fez perder o ar de tanto desejo  e perguntou num sussurro no ouvido: quer gozar de novo? não me deu tempo de resposta: enfiou o pau na minha boca. passou a comandar todos os nossos movimentos, mantendo aquele sorriso de satisfação nos lábios. me olhava no olho e ia aos poucos me fazendo querer mais e mais. falava coisas que me deixaram completamente à mercê dele. nunca me imaginei fazendo o que fizemos. e eu gostei. foi incrível, quanto mais violência ele usava mais eu ficava excitada. nunca tinha sentido isso nem sabia que iria gostar, mas eu gostei. até agora fico tentando me explicar para mim mesma, mas acho que não preciso de explicação. eu senti, me entreguei. e foi só o começo...por hoje vou ficar por aqui, estou com a mão cansada de escrever e a cabeça avoada demais para continuar. meu fiel escudeiro, prometo que eu volto, depois conto mais detalhes de tudo o mais. vou me refrescar e tentar não sonhar com saul...boa noite.