quinta-feira, 18 de abril de 2013

Carta ao meu querido Dorian Gray




meu estimado dorian, sr. gray, receba essa carta com todo meu afeto. a saudade me procurou e meu peito disparou ao pensar em tantos (bons) momentos que dividimos juntos. escrevo também para agradecer o presente. obrigada, é lindo. meu querido, tenho encravado em meu coração todas as mais eufóricas noites naquela nossa londres. ainda não me conformei por ter sido obrigada a sair subitamente do seu lado. mas meus deveres foram urgentes. espero sinceramente que um dia você me perdoe. pode me perdoar dorian? nunca mais senti o que você me fez sentir, nunca mais outro alguém preencheu o vazio que você deixou em minha vida e na minha alma. perdoe-me, sim? sinto tanta a falta da sua juventude, do seu frescor, do seu humor, do seu carinho. e nosso amado basil? tem notícias? vi de relance lord henry. não nos falamos. acredito que ele ainda não tenha perdoado nossas "brincadeiras" na noite do baile de máscaras no grande teatro.
podre henry, cada dia mais rabugento e velho. e você meu amado? como está? devo dizer-lhe que meus dias passam longos e em sépia.  espero em breve vê-lo. sinto falta de seus beijos magistrais. ah meu caro dorian, beijá-lo na luz da manhã, na iluminação precária que insistia em cortar nosso quarto logo nas primeiras horas, com as cortinas mal disfarçando a rua...beijá-lo assim, logo cedo, enchia meu coração de alegria, que transbordava de satisfação. sentir teus lábios ainda sonolentos em minha boca...é uma sensação divina.

sinto falta das nossas melhores risadas. eramos bons cúmplices.   lembra da noite em que você insistiu para que eu vestisse a farda do general? é claro que me foge à memória o nome do general, mas está nítida a cena: o velhote se viu seduzido pela cozinheira da grande mansão e descuidadamente deixou as roupas espalhadas pelo corredor dos serviçais. você com suas ideias endiabradas foi logo recolhendo a farda e me obrigou a vesti-la. inclusive aquele chapéu horroroso. ah senhor gray, como apimentou nossa cama.

você me amou com fome. eu passei a ser "seu general".
– meu "general" venha aqui agora, dizia você com sua voz rouca.
você mandou "seu general" abrir as pernas pra você.
– abre mais. isso. segura assim.
você mandou "seu general" ajoelhar na sua frente e engolir seu pau inteiro.
e eu obedeci todas as suas ordens. submissa, rastejei pelo quarto pedindo para você me tocar, me beijar. ah meu dorian, essa foi a primeira noite que você me amarrou...no começo me assustei com seu ímpeto. meus braços amarrados pelo pulso no pé da cama. eu no chão totalmente à sua mercê. você pulou em cima de mim, beijou minha boca, montou em mim, me mordeu e mandou eu pedir para apanhar. eu sucumbi e pedi. entre dentes pedi pra você me bater. e você bateu. bateu na minha cara, uma, duas vezes. batia e me beijava, puxava meu cabelo. rasgou minha roupa. rasgou a roupa enquanto me comia com um tesão de tirar o fôlego. eu gemia e ouvia você gritando. até que você me virou de costas e bateu na minha bunda, com força. fiquei de quatro no chão, com os braços ainda amarrados, você colocou sua mão na minha boca e me mandou ficar calada enquanto enfiava seu pau em mim. a dor e a delícia daquele momento estão gravados na minha memória para sempre. ah meu dorian...você me virou de frente novamente, enfiou sua pica na minha boca e gozou nela. segurou minha boca e mandou eu mostrar a língua suja com seu gozo. mostrei e você deu a ordem para eu engolir tudo.
– engole tudo minha puta, você falou em sussurro. eu obedeci. finalmente você levantou e soltou meus braços, me beijou a boca novamente e mandou o "seu general" marchar na sua frente. o líquido do nosso prazer escorreu pelas minhas pernas, você limpou com sua mão e me deu seus dedos para lamber. limpei tudo. você me olhava com desejo, paixão. a sua risada tímida me fez desmoronar. despencamos na cama e começamos tudo novamente...meu dorian gray querido, aquela foi só a primeira vez. foi ali que começamos a realizar nossos desejos impensáveis...


tenho tantas recordações das nossas noites quentes, tantas lembranças que marcaram inclusive meu corpo (tenho duas queimaduras feitas pelo senhor, sabia senhor gray? fora as marcas da navalha...ah dorian meu maluco adorável). mande notícias. um beijo nos seus lábios, sua eterna madame red. 
em tempo, reafirmo que adorei o presente. posso entender isso como uma reconciliação? o quadro com a réplica da pintura maravilhosa da sua sala combinou com a minha sala. está aqui, em molduras novas. agradeça ao nosso querido basil.












 

terça-feira, 2 de abril de 2013